sexta-feira, 4 de abril de 2008

Violência e elitismo

Hoje estava conversando com uma senhora trabalhadora, honesta e de baixa renda. Ela reside no Jardim Ingá distrito de Luziânia/GO e trabalha em Brasília/DF. Quando não pega trânsito encara uma hora e meia de ônibus lotado.
Ela me contou que nenhum comércio próximo a casa dela vai pra frente. Os "malas", expressão bastante comum por aqui, roubam, destroem, ameaçam e o comerciante acaba desistindo. Ela lamentava e dizia que agora estava um pouco melhor com a força nacional de segurança, e que torcia para que este cenário se modificasse. Logo, pensei... e quando a força nacional for embora?
Isso tudo me remeteu a outro dia na TV mostrando um "jovem da periferia", o sujeito se dizia rapper e falava que esta música retratava a periferia, os preconceitos e a opressão, claro que tudo isso com aquela maneira peculiar de falar, permeada de gírias. Eu que fui criado na periferia de São Paulo, não me fiz de rogado e logo pensei: Por que este vagabundo não pára com este papo de opressão e vai trabalhar. Por que não vai estudar?
Tenho certeza que os politicamente corretos se chocarão com as palavras deste texto. Alguns dos nascidos na classe média, conheci muitos pois consegui chegar a universidade graças ao esforço de meus pais e ao meu também, pensam que todo pobre escuta rap e se veste como os moradores do Bronx. Ledo engano meu caros, a maioria esmagadora do subúrbio é como aquela senhora do primeiro parágrafo, ela quer tranquilidade, quer saber que vai chegar em casa, quer poder ter comércio nas proximidades que possa empregar seus semelhantes, quer escola para os filhos, só isso. Ela não tá interessada em discurso de opressão, pois o tempo dela é dedicado a manutenção de sua família.
Pasmém senhores, a saída da pobreza é o esforço, não é fácil, não tenho dúvidas disso, vi meus pais em sua batalha diária, ambos migrantes de outros estados, minha mãe da região sul e meu pai do nordeste, com certeza não foram para São Paulo por causa das praias, este discursinho vagabundo serve apenas à demagogia.
A sociedade tem a obrigação de proteger os milhões de pessoas como aquela senhora do Jardim Ingá, aqueles são nossos heróis nacionais. São as pessoas que mostram diariamente que é com os valores do trabalho e da honestidade que se constrói um país.
Ela é a minha heroína, deixo para os progressistas o Zé Pequeno.

3 comentários:

Daniela Brasileira Insone disse...

Obrigada pela visita em meu blog. Seu blog é excelente.

Espero que os tópicos que criei (nas duas maiores comunidades do FHC, na Fora Lula, na Eu admiro Reinaldo Azevedo e na do Geraldo Alckmin) sobre o livro do FHC possam ser úteis a alguém. Se você leu o livro, por favor acrescente suas impressões e grifos nos tópicos.

Daniel Souza disse...

Isso aí Allan. Muito bom. 100% correto.

César Kyn disse...

Oi Allan.
Bom comentário. Parabéns.
Gostei do que você falou sobre a maioria das pessoas pobres. De fato, querem trabalhar e progredir.

Abs