sexta-feira, 9 de maio de 2008

Papa impedido de se expressar em.....ROMA!

Acabo de ler um belo texto no Blog do César Kyn (http://proliberdade.blogspot.com/), tão bom que vou colocar abaixo para que vocês também possam ler, imperdível:
Recebi o texto abaixo por e-mail. Faço parte de uma lista de discussão chamada Pagnosiologia. Não sei quem é o autor do texto, mas recomendo a leitura.See you later, alligator. Quando os cientistas mandam, todos devem obedecer. Do alto de sua pretensa racionalidade impassível de erro, falha ou deslize, os arautos da modernidade pontificaram: não há lugar para Bento XVI na Universidade La Sapienza, em Roma. No princípio deste ano, 67 mentes iluminadas da instituição prepararam um abaixo-assinado manifestando-se contrariamente à visita do papa, que abriria o ano letivo com uma aula magna, e trataram de incitar os jovens estudantes para que se indispusessem com a chegada do vigário de Cristo. Sempre dispostos a defender o baluarte da liberdade de expressão, desde que apenas e tão-somente a deles próprios, enxotaram sem muita cerimônia a maior autoridade intelectual do catolicismo, mediante aquela fúria pseudoletrada característica que jamais dispensa epítetos pouco singelos como "reacionário" e "obscurantista". Ô, gente antipática.Alguns podem crer que, no curso destes recém-completos três anos de um papado imbuído de preocupações elevadas – como a preservação da fé, o diálogo ecumênico, a bioética, a sustentação do conceito de verdade e a defesa obstinada da vida em todas as suas etapas –, um episódio como o sucedido represente pouco, quase nada. Que não se enganem: ele foi enormemente significativo, revelador de muitos dos embates dos quais a Igreja Católica não poderá se escusar caso queira permanecer forte, influente e norte moral a milhões e milhões de pessoas.O campo de batalha é a arena pública, palco dos debates contemporâneos, e, especialmente, a academia. Contudo, nem sempre o espectador, mesmo o mais atento, é capaz de diferenciar os diversos exércitos recrutados em nome do iluminismo chinfrim. Se a intenção é, como nas palavras de Voltaire, "esmagar a infame", toda sorte de relativistas, secularistas, pragmatistas, utilitaristas, materialistas, ateístas e multiculturalistas, exemplares cada vez mais confusos e internamente contraditórios, não hesitam em dar as mãos, nesta espécie de "We are the world" em tributo a um laicismo maquiavélico, de conseqüências perigosas.Aos pouquinhos, a religião é empurrada para fora da vida democrática natural, apequenada e aprisionada àquilo que os partidários de uma moralidade laica chamam de "esfera íntima". Todo argumento alicerçado em concepções religiosas de mundo é automaticamente desqualificado da contenda, sob a acusação de que seria imposição de uma fé particular à totalidade dos cidadãos. Mas eis que surge o problema: por mais cética e filosoficamente embasada que seja, toda dúvida demonstra uma série de outras crenças, que às vezes passam despercebidas até mesmo por seus enunciadores e que podem ser tão dogmáticas quanto quaisquer outras. Se, afinal, todos os valores são relativos, por que não incluímos na lista os defendidos por estes intelectuais ativistas?De certo modo, o expediente não é nada novo. Com ares de sofisticação, basta que se recauchute a decrépita retórica sofista, seja com os malabarismos retóricos de Rousseau, a exuberância lingüística de Nietzsche ou a baderna filosófica pós-moderna. O importante é preservar a experiência de que tudo o que é sólido se desmancha no ar. A roupagem não faz muita diferença.Ignorando propositadamente que todas as civilizações conhecidas tiveram alguma expressão do transcendente, a fim de preservar uma abertura da alma e da inteligência àquilo que não pode ser explicado pela mera captação sensorial, os embaixadores da modernidade – este tipo particular de diabo-da-tasmânia, que devasta, destrói e destroça todas as compreensões tradicionais de organização que nos trouxeram até aqui – sabem perfeitamente que uma vez que assolada a metafísica, só o que sobra é a força, o domínio, o poder.Para o bem da nossa inteligência, Bento XVI está perfeitamente ciente de todo este imbróglio e absolutamente preparado para conduzir a Barca de Pedro por estes mares insólitos, unindo, acima de tudo, fé e razão. Podem mistificar, sacolejar, confundir, teorizar e bagunçar. Não importa. Os valores fundamentais permanecem incólumes. E resta-nos a felicidade de perceber que o chão sobre o qual nos detemos é muito maior do que a extensão coberta pelos nossos pés.

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