sábado, 23 de agosto de 2008

Um país sem heróis

Não é preciso ser nenhum expert em História para perceber o desdém com que nós brasileiros tratamos nossas figuras históricas. Ao contrário dos EUA em que se tem total respeito aos Foundig Fathers, ou Pais da Pátria, aqui em nosso país ridicularizamos tudo, até mesmo Dom João VI em que sua vinda consolidou nossa nação e abriu caminho para a independência.
Mas nós somos muitos espertos, os portugueses que não eram, não é verdade? Veja só um país como Portugal pequenino com a Espanha que se tornou em seguida a maior potência do mundo, mesmo após a União Ibérica, levou nosso país a ter um território muito maior.
Tivemos Dom Pedro II, um homem de grande cultura , José Bonifácio, Joaquim Nabuco, aliás quantos brasileiros já ouviram falar de Joaquim Nabuco, ou Partido Abolicionista? Quantos leram sua obra prima, O Abolicionismo? Acho que muito poucos, estávamos mais ocupados em nossas escolas com a doutrinação pseudo-marxista em voga. Não houve tempo para conhecer o Movimento Abolicionista... Hoje os nossos governantes estão mais interessados em que aprendamos História da África, aliás qual África até hoje não sei, afinal é um continente completamente heterogêneo, ao invés da nossa própria História.
Posso estar errado, não sou psicólogo, sou um simples blogueiro, mas para onde é canalizado esta "falta" de heróis? Digo falta de heróis pois, não tivemos sequer o direito de comemorar os 500 anos de nosso país, os bate-paus esquerdistas fizeram inúmeros protestos de forma a desgastar o presidente da época, tudo para chegar ao poder! Tudo pelo poder! Temos que nos envergonhar de tudo, destruir nossa nacionalidade.
Não é esconder nosso passado, mas é ficarmos felizes por muita coisa ter mudado e por termos hoje um país pacífico, com fronteiras definidas e com um futuro e passado em comum. Se formos viver apenas de ressentimentos, vamos nos matar aqui, aliás nenhum país do mundo conseguiria conviver, imagine a Europa, que teve "opressores" Romanos, Francos, Vândalos, invasão Árabe , os Bárbaros e por aí vai... Isso é o que tem ocorrido na África, uma etnia matando a outra por causa do formato diferente do nariz...
Bem fugi do assunto, penso que toda essa necessidade de referências é conduzida para o esporte. Nestas Olimpíadas temos tido cenas grotescas. Chegamos ao cúmulo de um atleta pedir desculpas, desculpas pelo que? A mim ele não deve desculpas alguma, pode ficar com a consciência tranquila, meu amigo.
O Brasil provavelmente está se tornando piada no exterior, nossos atletas choram quando vencem, quando perdem, quando dão entrevistas, enfim, se banalizaram as lágrimas. A televisão já vai entrevistar com aquela expectativa de "emoção" afinal o povo gosta, brasileiro é emotivo... Parece aquele quadro do Faustão em que um artista dá entrevista, se colocam parentes, amigos que perderam contato, até que enfim, o ator chora!! Fantástico, o objetivo foi alcançado.
Sei que lancei um bando de idéias nestes texto, a concisão não é a melhor, mas enquanto não observamos que em nosso passado há grandes figuras em quem se espelhar, ficaremos tristes como se tivessemos perdido uma guerra, quando levarmos um Gol, ou perdermos um set.
O Brasil não se encerra em quatro linhas, o Brasil é muito maior.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Karol – O Homem que se tornou Papa.

Neste final de semana assisti ao filme “Karol - O Homem que se tornou Papa”. O nome do filme deixa claro que se trata da trajetória de Karol Wojtyla, mais conhecido pelo nome escolhido após o conclave de 1978, Papa João Paulo II.
A história do primeiro Papa eslavo é comovente. Karol viveu em um país espremido entre potências militares, a União Soviética de um lado e a Alemanha do outro.
Na eclosão da II Guerra Mundial, a Alemanha Nazista invadiu a Polônia. A violência foi tamanha que Karol, junto com seu pai e milhares de compatriotas retiram-se da cidade rumo ao leste, após caminhar cerca de duzentos quilômetros são surpreendidos pela invasão soviética. Os poloneses vivenciaram o acordo macabro entre Hitler e Stalin que dividira a Polônia.
O intuito dessas linhas não é o de contar o filme, mas sim aguçar a curiosidade do leitor quanto à história daquele que é para muitos a maior personalidade do século XX. Este filme não é apenas recomendado aos católicos, mas sim a todos aqueles que sonham com um mundo livre, mas curiosamente também àqueles que simpatizam com regimes como o socialismo.
Costumo dizer a meus amigos, que nós estudamos o socialismo, nazismo e totalitarismos em geral a partir dos livros. Com o Papa João Paulo II foi muito diferente. Ele sentiu na pele as agruras que estes regimes totalitários impõem aos seus cidadãos-vítimas.
Em alguns livros se aprende que o socialismo é lindo e maravilhoso! Uma verdadeira utopia! O céu na Terra. Por isso recomendo que todos vejam a história de Wojtyla e que o espectador tente se colocar no lugar dos poloneses que por tantos anos sofreram com a repressão dos dois mais cruéis regimes que assolaram o mundo. A partir daí, é possível se tirar as próprias conclusões.
A luta de Karol não foi com armas foi com amor. A dor e a fé são constantes no filme, a perda e o reencontro de amigos, sua vida clandestina no seminário, que foram fechados primeiro pelos nazistas e em seguida pelos comunistas, os riscos e as perseguições aos sacerdotes, a perseguição e extermínio dos insurgentes. Para se ter uma idéia, os nazistas em pouco tempo eliminaram cerca de um terço do valoroso clero polonês.
A devoção do povo polaco também é tocante e a chegada de um dos seus ao trono de Pedro representou muito àquele povo sofrido, que com o amor e a fé derrubou as armas, derrubou o Estado Ateísta.
Vou parar por aqui para não estragar a surpresa que certamente este filme reserva a você. Mas adianto, Karol viveu sua fé intensamente levando alegria aos que sentiam dor e entusiasmo aos que necessitavam lutar.