domingo, 24 de fevereiro de 2008

Alternância de poder em Cuba!

Hoje Cuba "escolheu" um "novo" dirigente. Chama-se Raúl Castro ou Castro II como já nomeei neste espaço.
Sobre este assunto o Estadão publicou a seguinte declaração:
"A sociedade cubana não está sujeita aos valores burgueses da sociedade de consumo, como em outros países", afirma, em conversa com alguns colegas estrangeiros, o jornalista cubano Ricardo Martínez. "Uma eleição ou uma sessão legislativa aqui em Cuba é parte de um conjunto sóbrio de decisões políticas, e não um espetáculo de mídia." vejam em:(http://www.estadao.com.br/internacional/not_int129824,0.htm)
Pois é meu caros, como uma boa e velha "democracia popular" a eleição é sóbria, sem dúvida, afinal, a disputa de poder se resolve com uma reunião com meia dúzia de pessoas, aliás, não sei se no caso cubano se é meia dúzia ou apenas um que decide. Ta aí o orgulho de não se sujeitar aos valores burgueses.... enquanto isso lá no Império, aquela civilização tão combatida, a disputa está rolando solta. Para ilustrar, durante a "gestão" de Castro I passaram nada menos que dez presidentes pela Casa Branca.
O interessante que a imprensa burguesa tem cobrado o fim do embargo cubano, sem nenhum recuo da ilha no tocante as liberdades individuais, abertura econômica, liberdade aos presos políticos ou redemocratização. Pessoalmente estou quase aderindo a esta campanha. Penso que o embargo para Cuba é o que tem mantido a melhor desculpa para as péssimas condições e o recrudescimento do regime dentro da ilha. Afinal, é fácil. Não tem carne. Culpa do embargo! Não tem combustível? Malditos EUA! Tem que pegar filas de horas para comer um sorvete. Culpa de quem? Adivinha!
O embargo a Cuba e os problemas da América Latina sempre tem saída no escapismo. Culpa do imperialismo!
Pelo fim do embargo! Já!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Revista Veja deste final de semana

Amigos,
para variar..rs a revista Veja deste final de semana está imperdível. Recomendo enormemente a leitura. Não posso deixar de destacar o brilhante artigo do grande jornalista Reinaldo Azevedo. O título do texto é Fidel e o golpe da revolução operada por outros meios é de grande categoria.
O artigo pode ser lido por assinantes. Segue o link: http://veja.abril.com.br/270208/p_078.shtml
Segue um pequeno trecho:
O assalto ao Erário, à ordem legal e à administração do estado seria apenas a revolução operada por outros meios. Os criminosos precisam dessa mitologia para reivindicar seu exclusivismo moral. É coerente que propagandistas do PT como o arquiteto Oscar Niemeyer, o cantor Chico Buarque e Frei Betto sejam também embaixadores (i)morais da ditadura cubana.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Vigilância Democrática - VIDE

É com grande alegria que informo a vocês que o artigo " O Livro Proibido" foi publicado no blog do VIDE - Vigilância Democrática.
Recomendo a leitura de todos artigos daquele blog, pois são todos de grande qualidade. Também considero imperdível a leitura do manifesto do grupo.
Visitem: http://vide.blog.br/

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Castro I se aposenta.

Hoje é um dia histórico. Fidel Castro anuncia sua aposentaria, aliás, melhor definí-lo daqui por diante como Castro I, pois como boa dinastia socialista, o poder passa para as mãos de parentes. Diferentemente da Coréia do Norte, outro bom exemplo de "democracia popular", desta vez o poder não passa para o filho, mas passa "lateralmente", para seu irmão, Castro II, ou Raul caso prefiram.
Hoje, assistindo televisão, algumas falando "presidente", ao invés do verdadeiro nome, ditador. Cuba é uma ditadura sanguinária.
Falamos mal dos EUA, mas os candidatos à presidência dos States lembraram-se dos presos políticos nas masmorras cubanas, da América Latina ouvimos que Castro I é um mito.
É fácil entusiasmar-se com a revolução cubana a distância, difícil, é viver em um lugar em que o sonho de liberdade está a apenas 160 km, em um mar repleto de tubarões.
Resta aposentarmos o Castrismo.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Escolas Finlandesas

Em linha com os últimas publicações, a revista Veja deste final de semana publica uma reportagem interessante a respeito do sistema educacional da Finlândia, considerado atualmente o melhor do mundo.
Como poderão verificar na reportagem não é necessário mega-obras e sim boa gestão, bons professores e alunos motivados.
Segue um pequeno trecho:
"Quem entra numa escola na Finlândia se espanta com a simplicidade das instalações. Era de esperar que o sistema educacional considerado o melhor do mundo surpreendesse também pela exuberância do equipamento didático. Na verdade, na escola Meilahden Yläaste, em Helsinque, igual a centenas de outras do país, as salas de aula são convencionais, com quadro-negro e, às vezes, um par de computadores. Apesar do despojamento, as escolas finlandesas lideram o ranking do Pisa, a mais abrangente avaliação internacional de educação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). "

Maria Helena Guimarães de Castro

Excelente a entrevista da secretária de educação do Estado de São Paulo a revista veja na edição da semana passada.
Deixo claro que acabo de ler a entrevista, e meu artigo sobre educação que publiquei na quinta-feira 14 de fevereiro, não fui inspirado nesta ótima entrevista. Teria sido uma boa fonte de inspiração.
Seleciono alguns trechos para meus queridos leitores:
Veja – Qual seria o melhor caminho para elevar o nível dos professores?Maria Helena – Num mundo ideal, eu fecharia todas as faculdades de pedagogia do país, até mesmo as mais conceituadas, como a da USP e a da Unicamp, e recomeçaria tudo do zero. Isso porque se consagrou no Brasil um tipo de curso de pedagogia voltado para assuntos exclusivamente teóricos, sem nenhuma conexão com as escolas públicas e suas reais demandas. Esse é um modelo equivocado. No dia-a-dia, os alunos de pedagogia se perdem em longas discussões sobre as grandes questões do universo e os maiores pensadores da humanidade, mas ignoram o básico sobre didática. As faculdades de educação estão muito preocupadas com um discurso ideológico sobre as múltiplas funções transformadoras do ensino. Elas deixam em segundo plano evidências científicas sobre as práticas pedagógicas que de fato funcionam no Brasil e no mundo. Com isso, também prestam o desserviço de divulgar e perpetuar antigos mitos. Ao retirar o foco das questões centrais, esses mitos só atrapalham.
Veja – O currículo escolar também é visto com certa reticência pelos professores brasileiros, segundo mostram as pesquisas... Maria Helena – De novo, os professores se sentem tolhidos na sua liberdade de ensinar – baboseira ideológica que passa ao largo de uma questão central. Sem contar com um currículo, o professor de escola pública no Brasil, de modo geral, continua a encarar as classes sem uma referência mínima na qual se mirar. Poucos estados brasileiros (entre as exceções, São Paulo, Minas Gerais e o Tocantins) dispõem de um currículo para oferecer às escolas, no qual estejam incluídos os assuntos a ser abordados em cada matéria, no detalhe. É uma pena. A experiência mostra que professores com um apoio didático dessa natureza vão mais longe em sala de aula. Investir na construção de um currículo, como fizeram alguns dos países da Europa dois séculos atrás, é certamente um destino mais adequado para as verbas públicas do que esparramar canteiros de obras Brasil afora – um caminho tão comum para o orçamento da educação no país.
Boa Leitura!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Sarkozy

Boa noite amigos,
recebi este texto que seria de um discurso atribuido ao presidente da França Sarkozy.
o texto é excelente não tenho nada a acrescentar ao brilhantismo destas palavras.
Abraços,
Allan
" Derrotamos a frivolidade e a hipocrisia dos intelectuais progressistas. O pensamento único é daquele que sabe tudo e que condena a política enquanto a mesma é praticada. Não vamos permitir a mercantilização de um mundo onde não há lugar para a cultura: desde 1968 não se podia falar da moral. Haviam-nos imposto o relativismo. A idéia de que tudo é igual, o verdadeiro e o falso, o belo e o feio, que o aluno vale tanto como o mestre, que não se podia dar notas para não traumatizar o mau estudante. Fizeram-nos crer que a vítima conta menos que o delinqüente. Que a autoridade estava morta, que as boas maneiras haviam terminado. Que não havia nada sagrado, nada admirável. Era o slogan de maio de 68 nas paredes de Sorbone: 'Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar'... Quiseram terminar com a escola de excelência e do civismo. Assassinaram os escrúpulos e a ética. Uma esquerda hipócrita que permitia indenizações milionárias aos grandes executivos e o triunfo do predador sobre o empreendedor. Esta esquerda está na política, nos meios de comunicação, na economia. Ela tomou o gosto do poder. A crise da cultura do trabalho é uma crise moral. Deixaram sem poder as forças da ordem e criaram uma frase: 'abriu-se uma fossa entre a polícia e a juventude'. Os vândalos são bons e a polícia é má. Como se a sociedade fosse sempre culpada e o delinqüente, inocente. Defendem os serviços públicos, mas jamais usam o transporte coletivo. Amam tanto a escola pública, mas seus filhos estudam em colégios privados. Dizem adorar a periferia e jamais vivem nela.Assinam petições quando se expulsa um invasor de moradia, mas não aceitam que o mesmo se instale em sua casa. Essa esquerda que desde maio de 1968 renunciou o mérito e o esforço, que atiça o ódio contra a família, contra a sociedade e contra a República. Isto não pode ser perpetuado num país como a França e por isso estou aqui. Não podemos inventar impostos para estimular aquele que cobra do Estado sem trabalhar.Quero criar uma cidadania de deveres. Primeiro os deveres, logo após os direitos. "

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O Computador ajuda no aprendizado?

Não sou “educador” mas fui estudante e trabalhei na área de Educação.Chamou-me muito a atenção o estudo realizado por pesquisadores da UNICAMP disponível no link (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302007000400003&lng=en&nrm=iso&tlng=ptt) que analisa se o computador auxilia ou atrapalha no aprendizado.
Não tem como um blogueiro esconder que aprecia bastante a utilização de computadores e vê o advento da internet como algo fantástico seja para entretenimento ou como ferramenta para adquirir novos conhecimentos. No entanto, quanto à educação sou bastante conservador e penso que nada substitui, bons livros e bons professores.
Na universidade cursei algumas disciplinas em que utilizávamos computadores e invariavelmente durante este tipo de aula a turma se dispersava. O computador tem tantas ferramentas que fica difícil dedicar atenção exclusiva ao professor.
Quando trabalhei na área eram freqüentes as divergências com alguns colegas que imaginavam alguma forma revolucionária de educação. Durante a minha formação na escola pública, sempre ironizei brincava que qualquer experimento pedagógico sempre seria feito em escolas públicas, como um laboratório sociológico (ou pedagógico). Quanto a experimento, leia-se novas formas ou formas alternativas de pedagogia e ensino. Em escola de rico, ou melhor, em boas escolas o que funciona é livro e professor.
Convivi com “adeptos” da procura constante por “alternativas”, defensores ardorosos de métodos pedagógicos não-tradicionais, mas que matriculavam seus filhos em colégios tradicionais, a velha e boa educação bancária! Vi até autoentitulado ateu e progressista matricular filho em colégio tradicional católico, isso mesmo caro leitor, colégio conservador. Devo registrar que entendo que era uma decisão acertada, apesar de completamente incoerente com o discurso. Em suma, o progressismo é bom apenas para os filhos dos outros.
Outra versão desta linha de pensamento eram pessoas que tiveram o privilégio de ter estudado em bons colégios defendendo a balela de que o indivíduo deve aprender de acordo com sua realidade, que a educação do campo deve ser apenas para o garoto do campo e por ai vai. Nada contra ter algo de grande relevância local, agora matemática, química, física e português deve ser universal em nosso país. Esta alternativa “revolucionária”, de esquerda ou progressista tem apenas um resultado: o menino do campo vai ficar eternamente lá e o da favela eternamente no gueto.
Para finalizar, não quero deixar a impressão que todos que trabalham com educação são progressistas, na definição de progressismo que se pode inferir destes escritos. O Brasil tem profissionais de grande capacidade e que seu trabalho contribui para a melhoria da educação em nosso país, entretanto, não se pode negar que o progressismo continua bastante ativo.

OBS: tenho observado que este blog tem tido visitas, mas poucos recados. Por favor, quem nos visitar, por favor deixem um recadinho para este humilde blogueiro. É desestimulante pensar que se está pregando ao deserto...rs

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Receita para o Socialismo.

Esta reportagem é bastante interessante. Ela ilustra bem o caminho que o socialismo leva, aliás, esse filme é antigo e foi visto no Chile de Allende, na antiga União Soviética, no leste Europeu e o caso extremo, durante a grande fome na China.
Nossa vizinha Venezuela ainda não degringolou a tal ponto, no entanto, já apresenta alguns desses sintomas. A reportagem foi publicada no portal de O Estado de São Paulo:

http://www.estadao.com.br/internacional/not_int122810,0.htm
América Latina
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008, 15:50 Online


Chávez ameaça desapropriar fábrica da Nestlé e Parmalat

Presidente tenta encorajar a produção de empresas do setor privado com medidas como aumento de preços
Reuters


CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou fechar fábricas de leite da suíça Nestlé e da italiana Parmalat, se elas prejudicarem o fornecimento da matéria-prima para as fábricas estatais no mercado.
Reforçando o abastecimento do setor privado com empresas estatais, Chávez procurou este ano acabar com a escassez crônica de alimentos, incluindo leite, que está afetando sua popularidade.
O presidente vem tentando encorajar a produção de empresas do setor privado com medidas como aumento de preços para alguns bens regulados, mas economistas temem que sua retórica persistente contra produtores possa minguar os investimentos e minar seu objetivo.
Em seu programa semanal de TV, Chávez reclamou que fábricas administradas pelo Estado ou cooperativas não puderam elevar a produção porque estavam com dificuldades de obter leite como matéria-prima.
"Não fazemos nada instalando fábricas (estatais e cooperativas) se depois não tem leite para as fábricas porque ele foi todo pego pela Parmalat ou Nestlé", disse Chávez. "Este governo precisa tomar alguma medida a respeito", acrescentou.
"Se, por exemplo, a Nestlé ou a Parmalat... se demonstra que por meio de diferentes mecanismos econômicos ou de pressão ... deixam fábricas estatais ou cooperativas sem o leite necessário... então teremos que usar a Constituição para intervir e expropriar as fábricas", afirmou o presidente.

Ameaças

Chávez frequentemente faz ameaças contra o setor privado sem depois concretizá-las. Mas no ano passado, ele nacionalizou setores-chave da economia, como o setor de petróleo e serviços públicos, num esforço para construir um Estado socialista.
No país, integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e beneficiado pela alta no preço do produto, até simpatizantes de Chávez estão apreensivos com as prateleiras vazias e longas filas nos supermercados. Tem havido escassez de produtos como açúcar, ovos, carne e especialmente leite.
Economistas afirmam que os produtores estão tentando suprir a demanda, mas a burocracia e as políticas de Chávez, particularmente o controle de preço e moedas, atrasam seus negócios.
O presidente, que chama o capitalismo de demônio, culpa a ganância das empresas por parte dos problemas da economia.

O Brasil também teve uma experiência amarga com o controle de preços. Durante o Plano Cruzado, presenciamos cenas épicas, de fazer inveja a qualquer filme de faroeste, de bois sendo laçados nos pastos.
Na teoria econômica, os preços são vistos como uma espécie de sinalização do mercado de acordo com a escassez, simplificando, é a antiga lei da oferta e da procura. Caso o Estado determine um preço que os produtores não aceitem, invariavelmente ocorrerá desabastecimento, haja fiscalização pra laçar boi, ou no caso venezuelano, ordenhar as vaquinhas... Outro fator é a confiança, se o empresário fica sempre na expectativa de ser expropriado, para utilizar uma expressão marxista rs, não há investimento.
Evidentemente que há setores na economia que o Estado deve regular, nem todos tem um certo grau de competição que permita a liberdade de preços, entretanto, em uma economia de mercado, a regra é a liberdade, o restante é exceção.
Irei abordar mais vezes, mas no livro A Era da Turbulência, de Alan Greespan, ele conta a experiência de encontros com economistas do leste, na época da transição para a economia de mercado. Na Polônia, por exemplo, as prateleiras encontravam-se vazias e tomou-se uma decisão radical que foi a de liberalização geral de preços. Primeiramente, os preços explodiram, e o abastecimento foi se regularizando, passando a impressão que poderia ser ruidosa a transição, mas logo em seguida os preços passaram a se ajustar e as prateleiras foram inundadas de produtos.
Para finalizar, pelo visto a receita para o socialismo do século XXI do presidente Chavez, não contempla leite, açúcar, ovos e carne.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sumi, mas voltei.

Bem gente, espero que após ter tido alguns problemas no computador de casa, retorne com mais freqüência a esta blog. Vamos tentar!
E quem ler, por favor, comente. O blog é uma bela ferramenta para o debate.
Abraços,
Economista

Diogo, o Terrível.

Para quem gosta do jornalista Diogo Mainardi, há uma boa entrevista com ele na folha de SP, o link segue abaixo:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/joaopereiracoutinho/ult2707u369381.shtml

Boa Leitura!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O Livro Proibido

Na minha graduação em Economia, existiam diversos tabus. Entre alguns docentes e colegas que professavam da mesma fé, eram inquestionáveis os dogmas de alguns autores clássicos, sobretudo, Karl Marx e John Maynard Keynes. Outros autores nacionais também eram inquestionáveis, não vou mencionar nomes, mas são os textos dos economistas "desenvolvimentistas".
Quanto a Marx, estudei em diversos momentos da graduação, um semestre em especial, em que tive uma disciplina em que foi praticamente inteira dedicada ao pensador alemão. O deslumbre de diversos colegas era tal que eu, quando estava com O Capital em minhas mãos, em tom sarcástico dizia que naquele livro encontraríamos resposta para tudo, de unha encravada a salvação da humanidade.
Como mencionei, li vastamente autores brasileiros, todos estruturalistas, não critico o fato de os ter lido, tenho certeza que se não concordei foi válido para reforçar minha visão de mundo ou para rever algum conceito equivocado. Entretanto, existiam vários tabus no meio acadêmico entre eles eram os livros do diplomata Roberto Campos. Apesar de ser uma personalidade respeitada pela sua trajetória, em nenhum momento da graduação, tive contato com sua obra. Era sempre algo nebuloso, quase que caricatural a partir das aulas, mas nada concreto como discutir diretamente textos do renomado economista. A partir desta constatação cometi a "heresia" de adquirir o livro A Lanterna na Popa que tem muito me agradado na leitura, aliás, recomendo este livro aos meus poucos mas excelentes leitores.
Campos foi diplomata e teve vivência dentro de diversos governos brasileiros como JK, Jânio Quadros, o governo Castelo Branco, sendo bastante crítico ao desenvolvimentismo militarista ocorrido após o 1968, principalmente, o II PND de Geisel em meio a grande turbulência internacional. O autor conviveu com personalidades como Kennedy, Thatcher, foi parlamentar constituinte. Certamente a experiência que esta figura teve não pode e não deve de forma alguma ser desperdiçada.
É uma pena que algumas pessoas encaram a atividade intectual como um prolongamento da luta de classes de Karl Marx, a luta entre bons e maus, entre mocinhos e bandidos, e entre o que se deve discutir e o que está fora de discussão. Minha personalidade contestadora, me levou a adquirir o que apelidei ironicamente de "livro proibido", mas e aqueles que aceitam a lavagem cerebral e o discurso advindo dos mestres sem contestações? Daí a importância de se atiçar o verdadeiro espírito crítico, deixando claro que espírito crítico implica em diversidade e não em debates pré-definidos. Este é o desafio de parcela significativa da intectualidade brasileira que não se libertou do famoso livro do século XIX e da missão de "conscientização" de seus estudantes.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Cidade Perdida

Neste feriado de carnaval assisti ao filme "Cidade Perdida" do cubano-americano Andy Garcia. O filme é bastante interessante pois mostra uma família rica em Cuba que se divide, parte se junta a revolução de Fidel Castro e a outra parte seria reformista. Não pretendo contar o final do filme, mas é óbvio que a fuga pela liberdade nos EUA é inevitável.
Admira-me pessoas bem instruídas a defesa de ditaduras sanguinárias, em que não se há o direito de oposição, e que os direitos individuais estão ameaçados constantemente por estupros por parte do Estado, ou dos despotas nada esclarecidos. Interessante como este tipo de idéia prolifera na América Latina. Aliás, é muito mais fácil culparmos os outros por nossa incompetência do que admitirmos nossos erros.
Vemos o tempo todo em nosso país, pessoas defendendo o regime cubano, mas nem os próprios cubanos defendem o próprio regime (salvo em caso de coerção), basta vermos o número de cubanos que saltam ao mar repleto de tubarões, tentando alcançar a liberdade e uma vida digna na América.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Ricos X Pobres, Negros X Brancos

Sou contra este tipo de bipolarização da sociedade. A idéia, ou ideologia, muito bem propagada em nossas escolas e universidades de que a pessoa é pobre porque o outro é rico, só cria situações como as do Haiti, de desagregação social.
Evidente, que quem tem maior renda, naturalmente tem que arcar com maiores encargos/tributos, entretanto, o questionamento que devemos fazer é: Como melhorar a vida de todos? Sobretudo, os mais pobres, mas não somente deles.
Outra questão muito em voga com o governo petista é a propalada desigualdade entre negros e brancos. Primeiramente, é difícil até mesmo definir quem é negro ou branco, outro questionamento, é que vemos diversas vezes se dizer que metade da população é negra, o que é mentira, basta pegar o metrô em São Paulo ou Brasília pra ver que a maioria da periferia não é negra, conforme o próprio IBGE demonstra que são 6% da população.
A maior parte da população é mestiça e estes são usados estatisticamente como "negros" quando se interessa defender alguma causa. O raciocínio que os negros são em média mais pobres porque os brancos são ricos é absurdo, ninguém se lembra de branco pobre... incrível.
Vejo a tentativa de se criar uma bipolarização em nossa sociedade um retrocesso, algo que Gilberto Freire superou em meados do século passado. Se levarmos o raciocínio ao extremo, teremos que criar cotas de forma a reduzir a participação dos amarelos no ensino superior, afinal é maior que a participação deles na população total, raciocínio que considero equivocado.

Eu

Bom dia! Como diz o nome do blog sou Economista, na verdade, Economista quase engenheiro, mas gosto mesmo é de política!
As amizades e a admiração por uma figura política muito respeitável levaram a me filiar a um partido político, mas na verdade tenho dúvidas ainda se estou no lugar certo. Não por dúvidas quanto a algumas figuras que me levaram a assinar aquela ficha, mas em virtude de cada vez estar mais distante da esquerda, além do discurso populista me irritar profundamente.
Tenho convicção que não é através do tal socialismo que resolveremos nossos problemas, mas através da democracia, o que se pressupõe o império da lei, democraticamente em vigor.
Ao contrário de muitos, não vejo o Brasil como uma "ditadura", o Brasil é sim um país democrático, democracia representativa burguesa, seja lá que nomes queiram dar e através da democracia é a única forma de reformularmos nosso país. Não conheço até hoje um modelo socialista de democracia, inexoralmente são ditaduras.
Logo posto mais e me apresento melhora a vocês.
Abraços
do Economista.